terça-feira, 22 de maio de 2007

O Corpo e o Lúdico


A história do corpo associada ao lúdico inicia-se com a
própria história de Adão e Eva que ao se taparem com uma parra começaram a aparecer, pode dizer-se que de uma forma
divertida. Depois na simplicidade dos tempos primitivos o tapar do corpo começou a ser simultaneamente o inicio da moda, adornavam-se com peles com palhas, mas sempre de uma forma para eles agradável, a mulher começou a sentir os suaves encantos de uma elaboração corporal atraente. Foi
aí que o mundo (no que respeita ao enfeite e à moda) se começou a organizar.

Na pré-história contra o que se possa imaginar iniciou-se a grande diversidade do vestir, e da beleza com que o faziam, desde peles de urso, de mamute e da pele de raposa para os mais desafortunados,para aqueles que não tinham acesso a nada de maior grandeza. Já aí as mulheres aproveitavam as sobras das peles para presentear as amigas mais pobres. No período neolítico começou a necessidade dos adornos, começaram a fabricar-se bijutarias com materiais de diversas proveniências, desde ossos, sementes, pedras, etc. começaram a surgir tatuagens a fogo o que originou
também que só os mais resistentes sobrevivessem. O prazer do adorno do corpo era tão grande que por essa razão, com as dificuldades das técnicas, faziam com que
muita gente sucumbisse ainda jovem. As mulheres na sua história de obstinadas com a
beleza foram as vitimas mais abundantes.

Na mesopotâmia a importância do corpo resumia-se à mulher e foi então que começaram a ser fabricados tecidos. Nessa época havia materiais bonitos como peles para
adornar mas como eram muito quentes no Verão, surgiu a necessidade de criar os
primeiros vestidos.

Um pouco depois, na Babilónia, os homens começaram a demonstrar interesse pelo seu
corpo duma forma mais lúdica pelo que se inventaramos trajes festivos. Os assírios
foram um povo essencialmente guerreiro, mas também não desprezavam mudar de
toilletes. Os persas com as influencias dos antepassados inventaram as calças e
todo o gosto pelo imaginário lúdico associado ao corpo. Já os egípcios foram
chamados os SUMPTUOSOS
NUS porque com o começo dos tecidos começou a usar-se o luxo das transparências
nas classes altas e a chamadas classes baixas não tendo meios para isso, preferiram
destapar-se e cobrir somente as partes sexuais, assim, saía mais barato. Também os
fenícios tiveram grande importância na história do corpo e da moda, pelo que a sua
chegada,
equivaleu no tempo ao último figurino de Paris agora. Para nós, a sua importância
ainda foi maior porque se alargou com a descoberta do alfabeto que foi enriquecendo
o espírito e dando portanto outro valor ao corpo. Já com os gregos era dada a maior
importância à beleza física. Conta-se em alguns livros que o que queriam era mostrar o corpo o mais despido possível para que lhes fizessem uma estátua, esta
simplicidade de pensamento não os ligava muito ao traje e deixou-lhes mais tempo
para pensar, tendo então surgido grandes filósofos. Há uma associação continua do
corpo ao espírito e daí ao contrário de até então , começaram-se também a criar
vestuários baseados na imaginação como as vestes dos Deuses no Olimpo, os uniformes
militares, as túnicas tipo "colcha".
Na Roma Antiga os etruscos tiveram importância na valorização do corpo, mas os seus
escritos só parcialmente foram traduzidos por isso o que ficou neste campo foi
através das pinturas que mostrou ser um povo cujo corpo teve uma relação alegre com
a vida.

Os romanos desenvolveram os usos gregos das túnicas . Começou então a haver uma
moda quase universal da preparação lúdica do corpo nos trajes sumptuosos nas galas,
foram criadas fardas e calças, os exércitos apresentavam grande magestosidade no
uniforme de corpo. Simultaneamente e após estas civilizações houveram grandes
evoluções do traje ao lúdico como o aparecimento do fato de banho. o enfeite para
cerimónias, o traje conforme as posturas, os trajes de rituais como o do toureio, os
toucados, as pinturas cada vez mais elaboradas e diversificadas passaram-se períodos
faustosos como na espectacularidade dos adornos na Rússia…

A idade média aparece-nos como um período de grande desenvolvimento das fantasias
para pôr na cabeça, os sapatos muito elaborados, os chapéus… e por aí…

Depois no Renascimento , chamada a idade de ouro, começaram as grande preocupações artísticas com o corpo com o lúdico e com o artístico simultaneamente.

Começa a haver moda masculina,e suegiram as calças a moldar o corpo. Moda que se
alargou por 4 séculos. É também de referenciar aqui a moda feminina que com a
influência do estudo da anatomia, médicos e artistas puseram em moda a confecção de
vestidos de acordo com a ciência e a arte (mostrando a anatomia do corpo e
associando-o à arte, o que veio pôr os homens agradavelmente surpreendidos e veio
também dar à dinâmica do corpo outra vivacidade.

A América cheia de civilizações diversificadas, índios, mayas, azeteca, mexicanos,
incas, etc… teve um curioso impacto nas primeiras impressões dos espanhóis que
começaram a desembarcar por lá e que começaram a achar estapafúrdia a profusão de
enfeites que consideraram frívolos. Suegiu então a necessidade de reformular as vestimentas o que deu origem a começarem grandes negócios à volta do corpo… e do que para as pessoas fosse lúdico.

A Idade Moderna trouxe-nos os encantos da “Dolce Vita”!!! Com o aparecimento dos contos das “ Mil e Uma Noites” foi oferecida ao mundo uma grande diversidade de sensações lúdicas, expressivas e alimentícias e aí surgiram novas associações de
grande prazer (música manjares, etc…) Nesta época e em linhas gerais os árabes
tinham uns hábitos como e principalmente o nu, o corpo nu pintado para servirem de
prazer nas grandes ceias. Os persas usaram a sua tendência para o maravilhoso com a
Sherazade e tudo o que daí nos chegou até hoje, os haréns onde os prazeres do corpo eram altamente absorventes… e por aí fora…

Também a influência dos estilos rócocó, Belle Époque, etc.. influenciou bastante o
lúdico e os sentidos estéticos.


Assistimos por exemplo ao grande BOOM dos anos 60 com os movimentos de libertação
centrados no corpo. Eu assisti a algumas manifestações em que as mulheres queimavam
soutiens,e se
exibiam o mais desnudadas possível, reclamavam prazeres até então só atribuídos aos homens.

Na década de 80 o corpo e o seu lúdico foram explorados através da ideia de
exibição, de marketing, de imagem, custe o que custar o corpo valeu pelo enfeite,
pela roupa, o ouro nas mulheres e até nos homens, os excessos, enfim uma catadupa
de coisas que valorizassem exteriormente como se fatidicamente se tivesse de chegar
MUITO BONIto e em apogeu ao fim do século.

Este corpo e este lúdico que apareceu agora aqui desligado, e quase só social e anatómico é feito de alavancas ósseas articuladas pelas forças musculares, orientadas pelo cérebro tem sido nestas últimas décadas objecto de grandes estudos onde a unidade com a mente é um dado indiscutível. Daí a necessidade de passarmos para as expressões próprias, individuais ou em grupo para assim pudermos concretizar um sonho de uma sociedade mais perfeita, ou menos imperfeita.

Daí utilizarmos a actividade lúdica como ponto de partida para a educação.

Isabel Andrea

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