quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A minha Amiga Jesuína compôs este queridissimo cartão de Natal.
Que não posso deixar de publicar, pois foi feito por ela.

Oa meus votos de um ano de 2010, em cheio.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Felicidade

No dia a dia não acredito na Felicidade "pronta a vestir"

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

...Um pouco de mim...

"É assim o último dia de vida
É sentir o mundo que ri e vibra
Que chora e palpita
É sentir que tudo acabou
E tristemente, porque nada começou
É sentir-te meu amor, sem amor
É lembrar, lembrar, lembrar
Até que tudo comece a acabar"

sábado, 28 de novembro de 2009

Estão abertas as inscrições para o curso de: O Brincar e os Brinquedos" no ISPA no Departamento de Formação Permanente . Onde desenvolvemos competências humanizadas

contactos e inscrições
Rua Jardim do Tabaco, 34
1149-041 Lisboa
Telefone: 218 811 785
e-mail: dfp@ispa.pt
ISPA - DFP
mais informações:
www.ispa.pt
30 de Janeiro de 2010
O BRINCAR E
OS BRINQUEDOS

1.º workshop
NOVO
o brincar e os brinquedos
1.º workshop
DESTINATÁRIOS
• Psicólogos, professores, educadores de infância e
psicopedagogos
• Finalistas do mestrado integrado de Psicologia,
.Terapeutas
.Todos os interessados no tema

OBJECTIVOS
• Proporcionar a descoberta do brinquedo e do seu papel
no desenvolvimento global da criança, por idades e
problemáticas
• Conhecer algumas funções dos brinquedos em
diferentes contextos (consultórios, ambientes
hospitalares)

PROGRAMA
• O que é o brinquedo
• Para quê brincar
• Exploração do brinquedo
• Como organizar uma Ludoteca
• Como classificar os brinquedos segundo os princípios
de desenvolvimento definidos por Piaget
• O brincar e o brinquedo na criança hospitalizada
• Trabalhos práticos
• Trabalhos de grupo

METODOLOGIA
• Interactiva
DURAÇÃO
• 7 horas

FORMADORA
• Drª. Isabel Andrea
(Psicóloga educacional. Especialista em expressões lúdicas
e artísticas)
CALENDARIZAÇÃO
As sessões decorrerão das 9:30h às 13:00h e das 14:00h às
17:30h, no seguinte dia:
Janeiro: 30

CERTIFICADO
Os formandos terão acesso a um certificado de Workshop
em O Brincar e o Brinquedo, desde que frequentem
toda as sessão, uma vez que se trata de formação
presencial.

INSCRIÇÕES
(Limitadas a 16 formandos)
• 55 euros
No acto da inscrição é necessário
comprovar habilitações.
Em caso de desistência, só haverá lugar a reembolso
quando for comunicada até
23 de Janeiro de 2010 (inclusive).

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Descansar


De "papo" para o ar, para relaxar antes
dos afazeres, se possivel deixar de pensar,
Não levar para a cama, todos os pensamentos do dia... É a minha receita e durmo muito bem aqui como este parceiro.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A favor da Alegria


Os Milagres das Plantas nas Depressões

(extraído da Revista Mulher Portuguesa)


Para além dos antidepressivos, que infelizmente podem protagonizar efeitos secundários, as plantas medicinais são uma excelente opção para manter a sua saúde psicológica e fisica na melhor forma.
O tempo parece que voa. Quer-se fazer tudo num curto espaço de tempo e, quando se dá pela produtividade final, não se fez quase nada. Nessas alturas, entra-se num estado de depressão, ansiedade, à qual não se consegue escapar. Mas, para além dos conhecidos comprimidos, há outras formas de reduzir a intensidade das depressões...
O nosso corpo é constituido por um sistema físico e psicológico e, muitas das vezes, este último é tão ou mais importante, que o próprio esforço físico. Uma grande parte dos problemas que temos, como dores, irritações gástricas ou flacidez dos músculos, devem-se em grande parte a questões de cariz psicológico, proporcionadas pela forma stressante como se conduz a vida.
As depressões podem surgir de maneira subtil, ou logo de ínicio assumir uma roupagem mais grave. As mudanças de humor repentino ou o desinteresse pela vida desde muito cedo, pode levar a que, inevitavelmente, uma depressão mais tarde se instale.
Quando se sentir abalada, nostálgica e sem vontade para fazer nada, tome cuidado pois uma vaga depressiva pode estar a chegar a qualquer momento. Os principais indícios que algo de depressivo pode ocorrer, são as ausências de falta de energia, pouca ou nenhuma vontade de comer, desinteresse por sexo, um súbito cansaço e ansiedade, as habituais dores de cabeça, de estômago e coração, e uma inexplicável perda de peso.
Este estado de saúde psicológica, vai abalá-la tanto na sua vida profissional, como familiar e afectiva. O que acontece, é que os impulsos não são devidamente transmitidos no sistema nervoso, não atingindo na perfeição os neurónios. Por isso, o estado de humor não é devidamente motivado, apresentando carências. Destas falhas, surgem os respectivos momentos de ansiedade e depressão.
Para além da receita de antidepressivos, existem outras formas de reanimação do sistema nervoso, como é o caso das plantas medicinais. A Erva de S. João, de nome correcto Hypericum Perforatum, produz um efeito muito positivo na estabilidade do seu estado de saúde psicológico, evitando as reacções secundárias causadas pelos antidepressivos.
A planta de que hoje lhe falamos, foi utilizada há muito tempo como sedativo ligeiro, tornando-se mais tarde com possibilidades de vir a ser um antidepressivo no futuro, após diversos estudos efectuados neste âmbito. O contacto com estas plantas favoreceu bastante o estado de depressão de diversas pessoas, melhorando a sua exagerada ansiedade e o ciclo de melancolia, no qual se encontravam.
O efeito desta planta tem sido reconhecido por inúmeros farmacêuticos, que subscrevem a recomendação da utilização deste extracto de planta. As extremidades das plantas, permitem obter um extracto que possibilita, através da actividade química, uma boa acção nas pessoas com problemas depressivos.
Para além dos antidepressivos, que infelizmente podem protagonizar efeitos secundários, as plantas medicinais são uma excelente opção para manter a sua saúde psicológica e fisica na melhor forma. Entre elas, destaca-se a Hypericum Perforatum, que é um verdadeiro milagre natural para combater a depressão que a perturba...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Poema aos homens Constipados

Poema aos homens constipados - Lobo Antunes!

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.

António Lobo Antunes -
--

domingo, 1 de novembro de 2009

A Concha



Na Esposição Artemar,

promovida pela Câmara Municipal de

Cascais, fui encontrar esta

deliciosa "Concha", lindissima

e duma actualidade

impresionante, executada pela escultora Maria Regina Ramalho
















terça-feira, 13 de outubro de 2009

Literatura e ilustração infantil


Com a mesma ternura que no AMOR é.... Também o ISPA e eu em particular recebemos os alunos que se inscreverem neste curso. Vai ser interessante, divertido e pedagógico....



Departamento
de Formação
Permanente
DFP
departamento de formação permanente
desenvolvemos competências humanizadas
contactos e inscrições
Rua Jardim do Tabaco, 34
1149-041 Lisboa
Telefone: 218 811 785
e-mail: dfp@ispa.pt
ISPA - DFP
mais informações:
www.ispa.pt
7 de Novembro de 2009
ILUSTRAÇÃO
E LITERATURA
INFANTIL

1.º workshop
NOVO
1.º workshop

DESTINATÁRIOS
• Psicólogos, professores, educadores de infância,
psicopedagogos
• Finalistas do mestrado integrado de Psicologia

OBJECTIVOS
• Valorizar a literatura infantil e o seu enquadramento
nos diferentes níveis etários
• Conhecer a intencionalidade e valor da ilustração e
desenvolver técnicas para a mediação da leitura em
diferentes fases do desenvolvimento
• Desenvolver práticas alternativas de associação entre
domínios cognitivos e produção de materiais lúdicos

PROGRAMA
• A literatura e o desenvolvimento infantil
• Desenvolvimento cognitivo, estético e sócio-afectivo
• A interpretação de vários olhares sobre a estética da
literatura e da ilustração infantil
• A importância fundamental da mediação

METODOLOGIA
• Exposição de conteúdos, discussão de casos práticos e
role-playings
DURAÇÃO
• 7 horas

FORMADORA
• Dr.ª Isabel Andrea
(Psicóloga educacional, especialista em expressões lúdicas
e artísticas)

CALENDARIZAÇÃO
As sessões decorrerão das 9:30h às 13:00h e das 14:00h às
17:30h, no seguinte dia:
Novembro: 7

CERTIFICADO
Os formandos terão acesso a um certificado de Workshop
em Ilustração e Literatura Infantil, desde que
frequentem, o correspondente a (90%) do horário previsto
uma vez que se trata de formação presencial.

INSCRIÇÕES
(Limitadas a 16 formandos)
• 50 euros
No acto de inscrição é necessário
comprovar habilitações.
Em caso de desistência, só haverá lugar
a reembolso quando for comunicada
até 2 de Novembro de 2009 (inclusive).
ilustração e literatura infantil

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

MUITO AMOR é....


Esta foi a minha grande surpresa encontrar este espaço fantástico que todas as minhas amigas têm de ir dar uma espreitadela.

É delicioso como se pode aprender a gostar do nosso corpo de outras maneiras....

Vão até lá onde uma simpática equipa vos oferece um xá ou um café com uma ternura e modernidade fantásticas...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Medalha de Mérito do Raly

Foi esta, com frente e verso




Do Melhorzinho!!!
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Quadros e escultura do Restaurante Martins

Em Avis, acolhedor restaurante coberto de gravuras muito sugestivas e com um belo serviço, foi onde eu e a Marilia, minha companheira de equipa estivemos a preencher os formulários do Raly, que diga-se de passagem eram uma autentica "sevicia" , valeu a experiência.
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Quadro com o nosso famoso Zé povinho

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Escultura engraçadissima

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domingo, 13 de setembro de 2009

Dia 12 de Setembro- O Raly do Maranhão

Todos, Todos, participaram, de todas as idades e o juri que está em frente levou o dia a apreciar as provas.

Foram momentos para guardar....






Até as crianças mesmo muito pequeninas participaram com alegria e bem estar











O Raly, teve várias etapas e mascar com a natureza foi um momento de criatividade e simpatia














Um Eucalipto solitário
e muito harmonioso na Herdade onde terminou o Raly














Raly do Maranhão
















Há muito que não ia a um Raly paper, o Raly do Maranhão, foi agradável, sedoso e amigável. Passei um óptimo dia com uma velha amiga e os seus amigos, fica aqui o documentário fotográfico

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Planalto e a Estepe

Uma obra de Pepetela que li e agora partilho com vocês: Não deixem de ler. É belissimo
“O Planalto e a Estepe”, do angolano Pepetela, lançado em Abril de 2009 pela Dom Quixote é, sem surpresa, um livro belíssimo, que se lê quase de um fôlego e que faz jus à capa, daquelas que dá logo vontade de pegar no objecto-livro e folheá-lo.A verdade é que a capa merece o miolo e vice-versa. Quem se deixa deslumbrar pela capa não fica desiludido com o que encontra lá dentro, embrulhado em frases coloridas, vivas, quentes, saborosas, mesmo quando relatam situações de tristeza, de drama, de sofrimento. E isso não falta em “O Planalto e a Estepe”, uma história que começa em Huíla, nos Sul de Angola, nos anos 60, e atravessa os tempos até à actualidade, depois de passar pela União Soviética, Mongólia, Argélia e Cuba.A descrição dos tempos de meninice de Júlio (o protagonista), logo no início do livro, é das partes mais belas do livro, quando ainda tudo era puro e só havia as brincadeiras, as descobertas, a harmonia, envolvidas naquele acolhedor ambiente africano/angolano, junto da Tundavala.É uma história de amor, inevitavelmente, baseada em factos verídicos, entre um homem (Júlio) e uma mulher (Sarangerel), entre esse homem e uma filha que lhe é levada antes de nascer. É uma história de um amor impossível porque vivido numa época e num contexto em que as ideologias estavam acima dos indivíduos e das suas necessidades mais íntimas. É a história de um angolano, branco, filho de português, que se apaixona por uma rapariga mongol quando ambos estudam em Moscovo, na União Soviética. Era um amor proibido, nomeadamente porque ela era filha de um alto dirigente da Mongólia e tinha reservado (ou idealizado) um futuro com alguém importante do seu país. Mas o amor por João, e uma gravidez inesperada, espoletam uma série de acontecimentos que levam ao afastamento de Sarangerel, resgatada de novo para o seu país. Na União Soviética, Júlio não encontra apoio para a sua causa, recuperar a mulher e a criança que com ela partiu para a Mongólia. Outros interesses se levantavam, nada poderia importunar as relações entre soviéticos e os seus parceiros mongóis. Pôde contar com a solidariedade dos seus colegas de estudo, mas ninguém teve força para derrubar os interesses e preconceitos dos soviéticos e dos seus aliados estratégicos. Tudo em nome do colectivo, que assim abafou as individualidades. Já antes disto, Júlio, em conversas com os seus amigos estudantes oriundos de outros países amigos do regime soviético, chegara à conclusão que o idealismo que surgia ligado ao comunismo não passava disso mesmo, de idealismo. Na prática, a tão desejada igualdade não passava de uma ficção, ensombrada, nomeadamente, pelos espiões internos que havia ente os próprios estudantes, sempre atentos a ver se os outros seguiam os preceitos desejados.É portanto uma obra sobre a desilusão face a um regime que se autoproclamava quase de perfeito mas que final vivia submerso nos mesmos vícios dos que criticava. Os mesmos vícios, modos diferentes de os viver.Esses podres tornaram-se mais evidentes com o desmoronar da União Soviética, mas aí era tarde para Júlio reencontrar o(s) seu(s) amor(es) perdido(s).Seguimos então o percurso de Júlio até se tornar um militar de carreira do MPLA, o que nos serve para em paralelo seguir o percurso da própria Angola, um percurso muitas vezes questionado pelo protagonista.A descrição dos tempos de meninice de Júlio, logo no início do livro, é das partes mais belas do livro, quando ainda tudo era puro e só havia as brincadeiras, as descobertas, a harmonia, envolvidas naquele acolhedor ambiente africano/angolano, junto da Tundavala.O final do livro transporta-nos ainda ao maravilhoso tema do AMOR ,já tão esquecido e adulterado nos tempos que correm... E porquê? Fica dentro de mim a eterna pergunta sem reposta...ou com resposta?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Pensamento

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."Miguel Sousa Tavares

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Crónica do Amor, por António Lobo Antunes

Crónica do amor
Cortei o cabelo, reparaste? Conheces estes brincos? O bâton rosado? Pensas que os homens não se interessam por mim? Ainda ontem me deram trinta e seis anos, não interessa quem, podes perguntar que não respondo. Estás a ler o jornal ou a dormir?
15:46 Quarta-feira, 22 de Jul de 2009
Os cães não param de ladrar no jardim, achas que alguém está a tentar roubar-nos? O portão é tão fácil de abrir, as janelas nem grades têm, qualquer pessoa entra aqui com um empurrãozinho e depois os cães não fazem mal a ninguém, só servem para sujar tudo e estragar os canteiros, estou para saber porque carga de água os comprámos sem falar na despesa com o veterinário e a comida, na porta do alpendre toda estragada em baixo, no cocó espalhado na garagem que nos obriga a fazer uma gincana até chegarmos ao carro. E o cheiro, meu Deus, mesmo os miúdos tresandam a cão, respondes-me que todos os miúdos tresandam a cão a começar pelos que não têm cão, faz parte da natureza deles, depois crescem. O problema é que demoram eternidades a crescer e enquanto crescem e não crescem vão escavacando tudo, pés no sofá, tampos riscados, o chichi fora da retrete, molho sempre o rabo quando me sento no aro. E se a gente desse os miúdos de mistura com os cães ou os deixasse na rua na esperança que a camioneta da Câmara os leve? Ficava um de nós lá fora, a tomar conta por causa dos ladrões, metade da noite eu, metade da noite tu, escondidos num buxo, prontos a morder, peço ao dentista que me aguce os pivôs e de pivôs aguçados corta-se madeira com eles, quanto mais um braço, uma perninha. Não me espreites assim que não te faço mal nem estou maluca, os cães dão-me cabo dos nervos e uma pessoa exagera, diz coisas que não pensa, arrepende-se. Bichos e crianças são mais ou menos a mesma coisa sobretudo aos fins de semana, eu o tempo inteiro com eles e tu no interior do jornal a tapares as orelhas com notícias, a leres os suplementos, a encheres o universo de papel, há páginas que caem e avançam tapete fora e depois o jornal é gordo e eu nem um olhar mereço, já nem falo num sorriso, um olharzito de cacaracá, uma frase de tempos a tempos, um elogio. Cortei o cabelo, reparaste? Conheces estes brincos? O bâton rosado? Pensas que os homens não se interessam por mim? Ainda ontem me deram trinta e seis anos, não interessa quem, podes perguntar que não respondo. Estás a ler o jornal ou a dormir? Ainda ontem me deram trinta e seis anos, palavra, e tu há uma semana sem me tocares, trinta e seis anos, compreendes, repara nesta cintura, neste peito, o pescoço lisinho, as pernas sem uma variz, celulite e estrias viste-as, se me apanhassem nua os trinta e seis baixavam para dezanove ou vinte, com um perfume que eu cá sei para dezoito até, nem uma jeitosa de dezoito anos te fala à alma pois não, dezoito anos, palpita, e não palpitas, se um ladrão me levar não dás conta, pensas que tens alguma graça, tu, quase careca, essa barriga, pensas que dizes coisas que se aproveitem, às vezes, ao falares, ficas com esponjinhas de cuspo nos cantos da boca, não existe pior friagem para uma mulher que esponjinhas de cuspo nos cantos da boca, só de lembrar isso enjoa-me, nem sei como aguento, o que terei visto em ti, daqui a nada arranco-te o jornal das mãozinhas e para quê arrancá-lo se arrancando-te o jornal dou contigo e com as esponjazinhas, com os pêlos do nariz que bem podias cortar, quando tentei cortar-tos começaste logo a torcer-te - Estás a fazer-me cócegas e não estava a fazer cócegas nenhumas, estava a por-te decente, aposto que na empresa se metem contigo e te chamam gorila, pêlos no nariz, pêlos nas costas, onde é que tu não tens pêlos e a parva da minha irmã a achar-te viril, se ela soubesse do que a loja gasta, como posso ter ciúmes de ti se nem para este peditório dás, há pastilhas na farmácia que ajudam, se te estenderes com uma amiguinha ela - Então? e tu, como fazes comigo - Isto é como um avião, custa a descolar mas depois voa muito alto e voa muito alto o tanas, mal deixa de sentir a pista aterra, lá vem a desculpa do costume - Preocupações no emprego tento ajudar na descolagem e népia, por mais que me esforce, e só falta dar pinos, o avião poisado, se me perguntassem - Como é que engravidou duas vezes? a única resposta verdadeira seria - Como Nossa Senhora e juntando-nos às duas, a ela e a mim, o Espírito Santo fez obra e graça três vezes, nada mal para um pombo, não estendas o garfo para o cinzeiro que em vez de me acertares com ele vais partir a cristaleira e os cálices de rebordo doirado são meus, vai na volta os miúdos, daqui a uns anos, ainda saem a ti nesse aspecto visto que fisicamente, em lugar de se parecerem com o Espírito Santo, que era a obrigação deles, se parecem contigo, deixa o cinzeiro em paz, deixa o anjinho de mármore em sossego, deixa o atiçador da lareira no sítio que não sou frango de espeto, sou mulher, repara neste peito, nesta cintura, neste pescoço lisinho, nestes tornozelos estreitos, deixa cá ver como está o avião, não me empurres, fechadinho no hangar coitado, eu já desconfiava e de chocolate ainda por cima porque amoleceu com o calor, os cães não param de ladrar no jardim, achas que alguém está a tentar roubar-nos, se um gatuno me levasse era feliz garanto-te, quarenta e cinco anos e dão-me trinta e seis, o médico a preencher a ficha - quarenta e cinco não acredito e ao tirar a blusa para a auscultação ainda acreditou menos e isto sem estéticas, sem postiços, tudo meu, tudo firme, não preciso de ginásios, não preciso de dietas, o médico para mim - Almoço sozinho já viu a minha tristeza? e eu com pena da tristeza dele, com pena do metro e oitenta, com pena dos olhos verdes, realmente há pessoas infelizes, a cabeça cada vez mais perto do estetoscópio, a respiração dele na minha espinha, a impressão que o queixo me roçou uma ou duas vezes no ombro, não afirmo que roçou, afirmo que a impressão, a enfermeira ao trazer-lhe uns papéis - Algum problema senhor doutor? e eu aflita com o nervoso do homem, olhos verdes com pestanas compridas, um after-shave mais caro que o teu que para os after-shaves tenho olfacto, só não tive olfacto ao ir na tua cantiga, cuidado com o atiçador que te magoas, até parece que queres jogar à espada comigo, acaba com as fitas, senta-te no sofá, agarra no jornal que para isso ainda serves, agarra no jornalzinho, não me apertes o braço, não me puxes o cabelo, não faças boca de Drácula, pensa nas esponjas de cuspo e aguenta-te, não me obrigues a correr à volta a mesa que com os saltos não consigo, dá cá o atiçador, pronto, deixa-te de palermices, prometo que peço ao médico a marca do after-shave, aproveitas para comprar na farmácia lentes de contacto que tornam os olhos verdes, ajudo-te as pestanas com o meu rímel, só nos fica por tratar o problema do avião, se calhar lingerie preta ajuda à descolagem, se largares o atiçador faço-te voar alto, juro, se largares o atiçador tocas o céu com as asas.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Meditando comigo mesma

Coimbra, 24 de Agosto de 1988 - O telefone emude­ceu. O carteiro não toca se­quer uma vez. O vento não pára. Os remédios não reme­dei­am. A dor de cabeça não esmo­rece. O Sol esqueceu-se do ofício e meteu folga. O silêncio não se constrói nem me destrói. A música não apazigua. Os jornais gri­tam que não querem ser li­dos. A espe­rança não esperneia. O calor tem frio. O frio tem fome. A fome tem sede. A sede está farta. As ideias embran­que­ceram. As pa­lavras en­louqueceram num hospí­cio de bolor esverdeado. O livro está atravessado no útero e não pede para nascer. Os amigos estão mor­rendo. A guerra nasce das entra­nhas do ouro ne­gro. Os filhos não se deixam filhar. As filhas idem aspas, mas as­pando. A poesia vi­rou car­raça em pêlo de cadelinha. A li­teratura teve mais sorte e caiu numa pane­linha. A chuva es­queceu-se de se molhar. O corpo é um copo sem espírito de be­bida. Os olhos suici­da­ram-se. A boca caiu na li­xeira. As horas não oram. Os minu­tos não minutam nem deixam minutar a minuta de um sonho. O Sol sujou-se. O céu caiu de susto. O pe­sa­delo não se assustou. O sonho sustou-se. Os olhos cabe­ceiam de sono. As mãos pe­di­ram memória a juro porque não pagam juros de mora. As pernas colunizaram-se sobre os pés. Os pés pediram tré­guas e não sa­pateiam. A sapateia dançarilha no chão do longe. O longe é uma parte da partilha ainda es­parti­lhada. A saudade é uma Ilha rodeada de ti. A Ilha veio pernoitar em tua cama e lá se deixou noivar. Os mortos não se cansam de vi­ver nem os vivos de apo­drecer. A morte anda a cavalo nos pon­tei­ros do relógio. O relógio faz que anda, mas, no íntimo, galopa. Os dias resfol­gam nos cavalos da noite. A noite de­bate-se no cre­púsculo caído. As nuvens entupiram os caminhos da viagem. A viagem per­deu o navio e dei­xou-se fi­car no cais. O comboio não pára no apeadeiro que me coube. O bi­lhe­te que tirei tem uma data falsa. Todas as datas são falsas sobretudo as dos ani­ver­sários. Ani­ver­sariar é o modo conjuntivo desconju­gado num tempo in­definido. Conti­nuo es­perando di­ante do espelho que a minha ima­gem espe­lhada se metamor­foseie na tua para nela me aposentar. O amor não se cansa. Assim seja! Cristóvão de Aguiar in “Relação de Bordo” (volume 1)

A Sónia Taveira enviou-me este fantástico texto. Resolvi que tinha a ver com meditações de Ma Vie en Rose

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Valha-me Deus

O que eu achei graça a esta postagem da mariadoscaracois. Não resisti em copiar para aqui mas peço aos meus leitores que vão ver este blog, se querem ver o que uma biologa muito especial diz de várias coisas
Sónia desculpa o desabafo e o atrevimento de postar a tua postagem
Oração das Mulheres Resolvidas
De Júlio Machado Vaz (será? recebi por mail mas achei piada)

Que o mar vire cerveja e os homens aperitivo,
que a fonte nunca seque,
e que a nossa sogra nunca se chame Esperança,
porque Esperança é a última que morre...
Que os nossos homens nunca morram viúvos,
e que os nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas!
Que Deus abençoe os homens bonitos,
e os feios se tiver tempo...
Deus...Eu vos peço sabedoria para entender um homem
,amor para perdoá-lo
e paciência pelos seus actos,
porque Deus,se eu pedir força,
eu bato-lhe até matá-lo.
Um brinde...Aos que temos,
aos que tivemos e aos que teremos.
Um brinde também aos namorados que nos conquistaram,
aos trouxas que nos perderam,
e aos sortudos que ainda vão conhecer-nos!
Que sempre sobre,
que nunca nos falte,
e que a gente dê conta de todos!
Amén.
P.S.: Os homens são como um bom vinho: todos começam como uvas e é dever da mulher pisá-los emantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia para o jantar.
publicado por mariadoscaracois às 11:40 de um destes dias. Isabel

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A minha carta de desamor

Carta de desamor de Cátia Rosa para Tony Cravo


Embora muitos dos nossos amigos e companheiros não estivessem de acordo com o nosso namoro, apaixonei-me por ti achando-te o cravo mais belo de todo o Jardim, demo-nos muito bem na adolescência. Mas por singular ironia, depois de crescidos e bem desenvolvidos, acabamos por ganhar a vida como símbolos de facções politicas.
No 25 de Abril parecia que nunca me tinhas visto antes e amamo-nos horas a fio e sentimos os nossos corpos como nunca tínhamos sentido, inalávamos os perfumes com o mesmo sentido de clandestinidade que vinha do antigamente.
Quem se apercebeu deste louco amor acreditou e pensou que ele duraria até à eternidade tais eram os argumentos e as práticas diárias que tínhamos, como dois verdadeiros apaixonados.
. PORÉM, JÁ DIZIA O POVO:"O CRAVO MURCHA E A CARAVANA PASSA".E...DIZIA SÓCRATES:"A POLÍTICA É UM MAR DE ROSAS.TEMOS QUE APROVEITAR AS OPORTUNIDADES"
E foi reflectindo sobre estas duas “ tiradas" tão profundas, que eu acordei um dia pensando no meu “umbigo” e, num acesso de protagonismo, resolvi tomar esta decisão sozinha e mostrar ao mundo como sou bonitona e inteligente participando em tudo o que tem sido concursos de beleza ,até que fui parar a um belo e promissor jardim político.
Claro que tu continuaste todo vaidoso a sentires-te bem, vendo a tua família a ir parar às mãos de toda a populaça, e assim, estás cada vez a ficar mais murcho. Por isso, venho dizer-te que pretendo orientar-me para outros lados, não podendo mais fazer par nem coligações contigo. Concluí que não temos afinidades e que não podemos continuar juntos nem mesmo na jarra de uma sala de um palácio na Europa.


E FOI ASSIM QUE SE DEU A SEPARAÇÃO. DEPOIS DESTA ACONTECER, CÁTIA ROSA TEVE VÁRIOS CASOS (UNS HETERO E OUTROS HOMO).TODOS OS CASOS QUE TEVE PROPORCIONARAM A ROSA UMA VIDA PRÓSPERA E FELIZ ATÉ AO DIA 7 DE JUNHO ALTURA EM QUE, POR RAZÕES EUROPEIAS,LEVOU UMA PANCADA NA CABEÇA(ESTÁ NESTE MOMENTO DE BAIXA MÉDICA).

TONY CRAVO, DEPOIS DESTE TRAUMA, NÃO VOLTOU A JUNTAR OS TRAPINHOS. PENSOU: ANTES UM AMOR DEMOCRÁTICO QUE MAL ACOMPANHADO. ENCONTRA-SE PRESENTEMENTE À ESPERA...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Jogando com a Quimica

É jogando que se aprende e por vezes se encontra a profissão de que se gosta...

Este é um jogo muitissimo interessante onde se brinca, descobre e joga com as cores e seus efeitos...
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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Da janela do meu quarto

Eu vejo, por entre as buganvilias, telhados de Lisboa, o rio tejo, o mar na Costa da Caparica.

à noite vejo a lua e as estrelas e nos dias de tempestade o espectáculo torna-se bárbaro e nostalgico

Na janela do meu quarto posso sonhar com aquilo que não posso ver...
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terça-feira, 26 de maio de 2009

Na outra Margem Entre As Árvores - Ernest Hemingway

Na outra margem entre as árvores constitui para mim uma das melhores obras de ficção, onde o famoso escritor norte americano Ernest Hemingway com uma mestria apaixonante recria alguns episódios da segunda guerra mundial, magistralmente narrados por uma personagem muito ao estilo do autor, o coronel Cantwell, velho combatente que passa as últimas vinte e quatro horas da sua vida na bela e mágica cidade de Veneza. Trata-se de uma espécie de relato de um mundo conturbado e violento obtido através da imagem de um homem maduro pleno de todos os seus desejos e sabedoria, com uma certa avidez pela vida que se esfuma para além dos canais, dos monumentos e dos amores constantes e presentes.
Compara a avidez sempre urgente da juventude com a cálida mensagem do ocaso da vida e do próprio mundo. Separa a fragilidade da crueza dos tempos vividos, descreve momentos e locais de um fascínio incomparável. Odores, paladares, olhares, brisas e temperaturas que vão aos locais mais longínquos da alma e nos transportam a momentos ardentes e incomparáveis na premência de serem vividos gloriosamente. Uma obra que ensina “A VIDA” sem a elevar, prejudicar ou enterrar, onde a morte se torna um elo indispensável à fogosidade perdida e à necessidade de paz e serenidade. Eleva-nos também à perenidade de um sonho constante onde honestamente prevalecem os valores que deverão edificar a humanidade. Um livro riquíssimo de conteúdos onde a mais prosaica das situações nos transporta de uma forma onírica e muito especial para a outra margem entre as árvores. Isabel Andrea 21.05.09

Publicado também no site: schvoong

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Saudades

Saudades dos tempos da publicidade ingénua e romântica, como a que vem neste album, que faz parte da minha colecção de reliquias.
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quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Realejo

O Realejo leva-me poéticamente aos tempos de Ma Vie en Rosa.

Quem toca é o Paulo
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